segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Mais verdadeiro? Impossível...

- Sabe como eu me sinto agora?
- Sei, exatamente.
- ...
- Vai, fala...
- Eu me sinto sem controle
- E daí?
- Porque eu amo essa mulher mais do que tudo nesse mundo.
- Escutou o que eu disse?
- Amo mais do que tudo, e pra sempre.
- Bla bla bla...
- Vou resumir minha vida em fazê-la feliz, custe o que custar.
- Sei...
- Você tá morrendo de inveja, né?
- Eu te odeio...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ciúme.

Eu não sei explicar, só sei que sinto. É estranho, dói muito, até demais pro meu gosto. Tem vezes que a dor é tão grande, que o ar levanta uma plaquinha escrita “ausente”. Hoje foi assim, bem idiota, a curiosidade se fez dona de meus dedos, e lá estava eu, com os olhos cheios d’água, focados em algumas frases bobas. Aí tudo ficou negro, ou branco, tanto faz, eu não enxergava...

Frases bobas escritas a muitos meses, mas ainda estavam afiadas o bastante pra cortar meu coração, ou não estavam, eu posso ter apenas feito questão de bater nelas até me furar.

Chorei com meus mil motivos, depois chorei da mesma maneira ao ver cada um deles indo embora. No final me senti na obrigação de chorar só pelo fato de não ter mais motivo algum pra isso.

Falei com ela, e ela me abraçou com aquele mundo de carinho, como sempre. Todas aquelas palavras me confortavam tanto, que o ar me faltou, mais uma vez. Me contou porque, como, quando, pra quem, onde... Me explicou onde começa e onde termina o universo, me disse se Deus existe ou não... E eu me senti completamente idiota, o tapete que estava com os meus mil motivos foi puxado, e eu caí de cara no chão. O chão não era gelado, era quentinho, aconchegante, era lindo e tinha escrito “Eu te amo”.

Eu sou um perfeito idiota...

Quando a gente se dá conta do quanto é idiota, pelo menos pra mim, não há muito que fazer, você pede desculpas pela sua existência e espera a poeira baixar, pra quem sabe da próxima vez você dar uma de esperto e não cair no mesmo buraco.

Mas aí foi a vez dela se sentir mal. Parou o que estava fazendo pra se sentir culpada, culpada como quem não escuta o telefone tocando porque estava cantando no banho. Culpada sem motivo algum, culpada por ter sido feliz, culpada por ter acordado hoje ou naquele dia, culpada por estar cantando alto demais. Se sentiu culpada sem nem saber se era culpada.

Eu chorei, como de costume, mas fiquei aliviado, agora eu só tinha que dar colo, não precisava mais receber, afinal, já estava com a cara no chão gostoso. Então me levantei e tratei de colocá-la rapidamente no colo, mas ela não aceitou com tanta facilidade, chegou a levantar algumas vezes. Enquanto os dois choravam, meus pensamentos se perdiam entre uma coisa e outra, mais ou menos entre ela me explicando o início do universo e um pensamento bem vago sobre como será a formatura do nosso filho. No meio dessa loucura, um estalo, uma luz fortíssima e uma sensação maravilhosa. Era a felicidade. Muito estranho, pra não dizer muito louco, eu me sentir feliz no meio de uma guerra, mas eu fiquei... Fiquei porque, mais uma vez, me dei conta do quanto ela me ama. Olhei de novo pro chão, onde estava escrito “Eu te amo”, e sorri. Sorri porque entendi. Eu já não sou tão idiota...

Só precisei dar mais carinho, dar mais colo, repetir tantas e tantas vezes o quanto isso tudo me completa e me faz tão vivo. Repetir pra mim mesmo, na vontade de fazer com que minha idiotice entenda... Quem sabe eu me torne uma pessoa menos idiota um dia, sem precisar cair em tantos buracos.

Ela teve que ir embora. Eu fiquei gritando que a amo, e que vou continuar amando para sempre, que sem ela eu não teria o gosto da vida, que sem ela pra me acordar, eu nem dormiria... Gritei até sentir que ela sorriu. Incrivelmente cada sorriso dela me faz acreditar que algum Deus existe, sem maiores explicações, simplesmente ele tem o dever de existir. Me deu vontade de chorar, mas eu segurei, não quis chorar da mesma maneira que chorei quando estava triste, quis fazer diferente. Quis me sentir menos idiota, peguei um papel, uma caneta, sentei, e fui escrever...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Her

Alguém cantou:

I'll do anything for you.
This story is for you.
('Cause I'd do anything you want me to... for you.)
I'll do anything for you,
Kill anyone for you.

Lembra disso?
Algum dia eu já te disse que isso é a mais pura verdade pra mim?
Se eu teria coragem de matar por você? Sim, teria, mais de uma vez. Mataria quantos a minha carne fraca e sedentária agüentasse (eu espero que muitos).
É impossível eu não falar que a história é totalmente para você, por você. Não existe um momento do dia que você não é lembrada por mim, nenhum, por mais absurdo que possa parecer. Eu falo de boca cheia que se hoje eu faço algo, seja lá o que for, eu faço por você. Se acordo, se me alimento, se tomo banho ou compro roupas, olho para criancinhas na rua, leio dicas sobre massagem, aprendo a cozinhar, corto o cabelo, tiro fotos e escrevo textos melosos... É tudo por você.
Tem tanta coisa para ser dita, mas eu não sei se ia conseguir parar de chorar. Até alguns esquemas já foram montados, vamos aqui e ali, depois pra lá e pra cá. Mas e se eu não parar de chorar? E se na sua frente eu ficar chorando sem parar, até ficar sem ar? Vai me achar bobão, né? Que me ache bobo, mas, por favor, me abraça quando eu chorar. Eu sei que você é forte, sei não vai chorar, afirmo isso com a mesma certeza que tenho de que você é mais alta que eu... Quer um abraço também?
Eu passei a acreditar em filmes, principalmente naqueles em que existe uma família perfeita, que mora em um lugar perfeito, com as crianças correndo pela casa enquanto os pais se agarram na cozinha. Quando o filme começa a ficar feio, eu vou procurar outra família perfeita em outro canal.
Percebi agora quantas perguntas eu faço em poucas linhas. Impossível não fazer, passo o dia assim! Faço milhões de perguntas ao vento, e enquanto ele não trás as respostas eu continuo vomitando mais e mais perguntas. Como, onde, quando, pra onde, por quanto tempo... Em todo e qualquer lugar, para sempre, para onde for, com você...
Parece longe, mas é tão perto, eu sinto tão perto, difícil até de explicar, fico sem saber o que escrever. Em certas horas de delírio, eu até olho pros lados, e nunca é em vão, você sempre está ali.
Eu te amo, e gosto disso, não tenho do que reclamar. Poderia até ser uma coisa platônica, eu gostaria de qualquer forma. Eu seria capaz de te amar até não suportar mais o peso disso, escrever uma carta de despedida, e cortar os pulsos depois. Queria ver escrito nos jornais “Homem morreu de tanto amar”, acho que não soaria trágico, é até poético! Já consigo enxergar a multidão seguindo meu exemplo...
Dá uma dor no coração tão gostosa, não acha? Eu adoro, só pra fazer dengo, claro. E você adora, me põe no colo e faz carinho até a dor passar, mas eu nunca digo que ela passa... E você continua adorando...

I earned through hope and faith
The curves around your face
That I'm the one you'll hold forever.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

...

Conhece o vazio?


Depois de escrever essas três palavras, demorei mais de trinta minutos pra escrever algo mais. Meia hora que passei olhando ao redor tentando lembrar do que eu tinha em mente. Momentos antes eu estava na janela do meu apartamento, olhando pra rua esperando o tempo passar, coisa que sempre faço em dias chuvosos. Quando me dei conta, pipocavam idéias para escrever exatamente sobre esse assunto, o vazio.
Fui para a cozinha, depois fui para o quarto, com uma caneca de chá de maçã com canela. Computador ligado, Photoshop aberto com um trabalho pela metade, tratei logo de fechar, abrir o Winamp e por Agua de Annique. Peguei meu caderno (eu não sei até quando vou sustentar o hábito de escrever em um caderno e depois passar para o computador), caneta, cigarro e dei uma bicada no chá.
Até aí estava tudo muito bem, as idéias eram ótimas, mas foi eu ter a infelicidade de começar a escrever o texto com essa maldita frase “Conhece o vazio?”, que tudo foi pelo ralo. Quando escrevi, parece que a frase ecoou na minha cabeça, e eu me fiz essa pergunta por milhares de vezes em questão de segundos, e ironicamente não me veio resposta alguma até agora.
Isso me preocupou, de verdade. A instantes atrás eu me sentia a pessoa certa para filosofar e escrever linhas e mais linhas sobre esse tal de vazio. Lembro que em vários momentos da minha vida, parecia que eu tinha inventado o dito cujo.

Vazio, do Latim vacivu, que não contém nada ou só contém ar; esvaziado; despejado; desocupado; despovoado; desprovido; destituído.

Simples assim. Eu continuo a tentar descrever isso, e o que me resta são palavras que parecem conter apenas ar. Continuo assim, esvaziado, desocupado enquanto me mantenho ocupado tentando escrever, despejado em meu quarto, despovoado de mim mesmo, desprovido de vontade de qualquer coisa, destituído...

Cansei, o cigarro acabou, o cd já rodou umas três ou quatro vezes e a pergunta ainda ecoa. Caso conheça o tal vazio, mande lembranças, peça pra voltar, ainda tenho um texto a escrever sobre ele...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Retorno nem um pouco triunfal.

Muito tempo sem escrever. Muito tempo com a mente perturbada demais pra conseguir escrever. Muito tempo tentando arrumar as coisas, e parece que vou precisar de ainda mais. Eu me sinto um Jesus em tempos modernos, fortes dores na coluna, tendinite, a maioria das pessoas acham que sou louco... Quanto à coroa de espinhos, minha namorada é fiel... Só me sinto pior porque ainda não transformei água em nada alcoólico, mas juro pela minha alma que minha mãe é virgem.

Ainda me sinto meio perdido, nem sei sobre o que escrever. Até poderia escrever sobre eu não gostar de banana, ou sobre jabuticaba, mas eu iria parecer retardado (mas daria umas boas risadas sozinho).
Tenho que me mexer mais, tenho estado muito tempo parado. Me acostumei com a idéia de não fazer nada. Acabei entrando num estado de ócio tão grande, que tenho preguiça de levantar pra comer, ou ir ao banheiro. Apesar de acomodado, me sinto incomodado. É engraçado, estar acomodado na situação de incomodado, parece uma coisa viciosa. Tem horas que preciso de umas porradas na cara, fiquei feliz que ontem tenha levado três, e agradeço do fundo do coração.
Enfim, alguém pode me dizer por que casar é tão difícil?

Ainda não acredito que passei esse tempo todo sem escrever, logo eu que todo santo dia rabiscava alguma coisa. Até tenho algumas idéias, não só pra escrita, mas a coisa toda parecer morrer um pouco antes de nascer. Você percebe que a coisa está feia quando se joga no sofá, liga a tv e percebe que não tem nada de interessante pra assistir. Sua barriga ronca, você tem tanta preguiça que não levanta, nem pra comer, nem pra pegar um dvd. Comigo foi pior ainda, fiquei possesso pra fumar, e não tive coragem de levantar pra comprar cigarro... Por falar em cigarro, alguém pode me dizer quando que o preço do meu vício mais amado vai parar de aumentar? Fico preocupado com essa situação de ter que dar quase tudo que tenho no bolso pra poder ficar feliz...

Eu acho que vou parar por aqui, me perdoem, mas avisei lá no começo que me sinto perdido e não sei sobre o que escrever. Tem outro problema, eu não consigo escrever com um infeliz do meu lado me olhando de cara feia porque quer mexer no computador... Ter 16 anos e saber lidar com isso é um problema sério, se bem que eu daria uma boa grana pra lidar com pêlos crescendo, vontade de transar com todas as menininhas, notas da escola, “qual penteado me deixa mais bonito?” e coisas do tipo, do que pensar em trabalho, contas pra pagar, e por aí vai... Daria a grana do cigarro...

Sinto falta da minha insanidade mental pra escrever e da ironia escorrendo pela boca pra depois correr pela folha de papel... Espero que num demore pra voltar.

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- É você, não é?
- Sim...
- E veio me matar, certo?
- Sim...
- Graças a Deus...


(sim, idéia plagiada de outro blog, mas foi preciso.)