sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Quando a vida toma outro rumo.

Foi quando eu disse “Eu posso dizer que te amo?”. Foi ali que minha vida começou a tomar outro rumo. Não tinha um mês que havíamos nos conhecido, na verdade, tinha no máximo cinco dias. E agora falta pouco para completar dois anos.
Parece que desde a primeira vez que tivemos contato, eu já sabia que era ela. Ela era a pessoa que eu nunca achei que existisse, mas lá no fundo eu desejava todos os dias que estivesse enganado, que ela fosse real, que ela tivesse noção da minha existência.
Eu pensava que se ela existisse, talvez nem me notasse. Passaria por mim todos os dias, e mesmo que eu a cumprimentasse infinitas vezes, nunca imaginaria que eu sempre a amei.
Mas ela me notou, mesmo a uns 3.000km de distância, ela me notou. Me pediu ajuda, e só depois me passou pela cabeça que o pedido de ajuda pode ter sido só um motivo para me conhecer. E ali eu já sabia que era ela, e ela também sabia...
Foi um ato de impulsividade, eu não tive tempo para pensar. Estava louco para conversar com ela já fazia algumas horas. Quando me dei conta, eu tinha perguntado se podia falar que a amava. Que idiota! Ela nunca mais vai falar com você, nunca mais vai querer saber de você! Imbecil! Quantos anos você tem mesmo, uns 12?!
Fechei os olhos e tentei acreditar que eu não tinha dito aquilo. Nunca isso tinha me acontecido, nunca fiz nada por impulso. Mas dessa vez o tal do destino tomou conta das coisas e falou “Viu? Eu existo!”.
Quando abri os olhos eu passei a acreditar mesmo que aquilo era um sonho. Ela não só disse que eu podia falar que a amava, como disse que também me amava. Pronto, eu era outra pessoa. As coisas mais impossíveis se tornaram palpáveis! Meu Deus, o inferno!
Juras de amor eterno, casamento, filhos, netos, uma casinha no interior (ou quem sabe um apartamento), compras em super-mercado, sexo em praias desertas, fazer maquiagem e aprender sobre tarô...
E, quem diria, a língua é mesmo o maior chicote da bunda. Tarô passou a ser interessante e uma casinha no interior pode ser uma grande idéia, desde que se tenha uma banheira... O inferno nunca me pareceu tão celestial.
Hoje eu olho para trás e não vejo sentido nas coisas que eu tinha ou fazia antes disso acontecer. Cheguei a um lugar lindo. Um lugar onde recebo infinitos abraços e carinhos, beijos perdidamente apaixonados, um prazer sem limite. Não me culpe pelo sorriso besta, ou pela lágrima que sempre corre pelo rosto quando penso em tudo que tenho pela frente. Eu sou a pessoa mais feliz e completa do mundo, não aceito nada menor que isso.
E que venham os super-mercados, praias desertas e livros de tarô, mas que venha a minha perfeição de pele branquinha e olhos azuis junto.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Nada disso...

Já entrou na chuva e não se molhou? É assim que eu me sinto...
Impressão de que tudo ao meu redor não faz parte de mim. Olhar na janela virou quase que uma fobia.
Moro no 3º andar, não existe nenhuma paisagem maravilhosa pra se olhar da minha janela, tem apenas um prédio. Um prédio branco e laranja, branco e laranja, branco e laranja, branco e laranja. Assim mesmo, umas listras na horizontal, sabe?
Do lado desse prédio, mais um prédio, e do lado tem outro, e mais outro. Na rua ficam os carros estacionados, algumas pessoas passando pra lá e pra cá. Enfim, nada demais.
É muito estranho quando um belo dia você acorda e sente como se essa não fosse sua vida. Olhar pela janela e não reconhecer as pessoas, não reconhecer a cor das coisas. Até o ar parece diferente, tem vezes que ele até me falta.
Outro dia fui pagar uma conta, no meio do caminho encontrei com uma conhecida, ou pelo menos eu acho que ela era conhecida. Me cumprimentou e logo começou a contar algo que eu não escutei. Só reconheci a pessoa depois da história ter sido contada, e respondi com um “oi, tudo bom?”.
Comprar pão, ir à locadora, sair pra trabalhar, supermercado, ver TV, ficar no computador... Nada disso parece me preencher, muito menos fazer o tempo passar. Esse tal de tempo paralisa no momento que eu acordo e volta a passar quando eu durmo. Sei disso porque deito com a Lua e acordo com o Sol, isso quando durmo.
As coisas não me dão prazer, a comida não tem gosto, o cigarro já nem mal parece mais fazer. Entra e sai, nem entrou e já sinto sair. Tragar era tão divertido...
Se eu acreditasse, eu até falava que me sinto sem alma, o que no momento me parece bem explicativo. Acho que é isso, deus existe e resolveu se preocupar com o que eu penso sobre ele. Mentira, ele não existe, e que eu fique em perfeito estado emocional caso esteja errado!
Exatamente como eu disse antes, estou no meio de um temporal e as gostas passam por mim como se eu não existisse. O mais interessante é que dói não sentir nada.
Na verdade tem uma cura pra isso tudo, mas ela está na aula agora...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Esperança

Talvez eu não sirva para nada mesmo
Talvez eu tenha sido um erro
Não consigo ver um futuro
Nem um presente...
Só vejo o tempo passar
Só vejo problemas
Só vejo tristeza
Não me vejo...
Parece que tudo está contra
Parece que não existe fim
Parece que o fim já passou a muito tempo...
Me sinto sozinho
Me sinto sozinho contra o mundo
Não tenho apoio
As pernas as vezes falham em me deixar de pé
Eu deito com um sorriso no rosto
Não quero que saibam que me sinto assim
Não quero que tenham certeza do erro que sou
Quero me apegar na incerteza
Me segurar em um sonho qualquer
Talvez um pingo de esperança...
As vezes soa como se fosse prazer com a dor
Mas eu juro que não é, juro pela minha alma...
Ou pelo resto que sobrou dela...
Eu só quero fazer tudo dar certo
Pelo menos uma vez
Eu só quero ficar de pé e sorrir de verdade...
Só quero sentir que estou vivendo
Porque agora, só sinto vazio
E se isso for morrer, não deve faltar muito pro fim chegar...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Saudade

Sempre senti, sempre. Eu sentia isso mesmo antes de saber que você existia. Me deitava na cama e pensava onde diabos você podia estar, o que poderia estar fazendo. Tinha medo de nunca te encontrar, tinha medo de que você não gostasse de mim, tinha medo de que você tivesse encontrado outra pessoa e estivesse se enganando com ela...
Como eu ia falar pra você que eu sou a sua cara metade?
Como eu faria isso, se eu nem sabia que você existia?
E se você me achasse louco, e se você me achasse feio, ou magrelo, ou alto demais...
E se achasse que meu amor não é o bastante?
Sentia saudade de coisas que nunca tinham me acontecido, coisas que eu imaginava e tomava isso como a minha verdade. Me preparava pra uma vida ao seu lado.
O tempo passou, e um belo dia eu te conheci de uma maneira que eu não tinha imaginado, mas que de certa forma, não poderia ter sido mais perfeito. E de uma maneira mais inesperada ainda, veja só, você se apaixonou por mim. Me achou magrelo e muito alto, mas quem disse que você não aprecia isso em mim?
Me dei conta que a muito tempo o sentimento de medo de você não me amar era mais forte do que o desejo de ser seu.
Mas você foi maravilhosa, me acolheu e me amou, se entregou totalmente aos meus braços, prometeu ser sempre minha. E tudo de uma maneira que eu nunca tinha imaginado!
Hoje em sinto a mesma saudade de antes, mas em dobro. Hoje sinto uma saudade real, de ficar com você, e sinto a mesma saudade de antes, saudade de coisas que ainda não aconteceram, mas que eu sonho o tempo todo com isso.
E isso é uma coisa que eu não consigo me livrar, imagina só se um dia você me deixar...
Minha vida é ligada a sua, e não demorei muito tempo pra entender isso.
Você existe, é mais perfeita do que eu sempre imaginei. Linda, inteligente, carinhosa, dengosa, ciumenta, frágil, braba, engraçada, e com atributos físicos que me fazem perder a cabeça só de pensar em pensar... Você é maravilhosamente genial.
Se eu chorei enquanto escrevia isso? Claro que sim...
Saudade é assim, não é?
Você sabe, não tem como controlar...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Mais verdadeiro? Impossível...

- Sabe como eu me sinto agora?
- Sei, exatamente.
- ...
- Vai, fala...
- Eu me sinto sem controle
- E daí?
- Porque eu amo essa mulher mais do que tudo nesse mundo.
- Escutou o que eu disse?
- Amo mais do que tudo, e pra sempre.
- Bla bla bla...
- Vou resumir minha vida em fazê-la feliz, custe o que custar.
- Sei...
- Você tá morrendo de inveja, né?
- Eu te odeio...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ciúme.

Eu não sei explicar, só sei que sinto. É estranho, dói muito, até demais pro meu gosto. Tem vezes que a dor é tão grande, que o ar levanta uma plaquinha escrita “ausente”. Hoje foi assim, bem idiota, a curiosidade se fez dona de meus dedos, e lá estava eu, com os olhos cheios d’água, focados em algumas frases bobas. Aí tudo ficou negro, ou branco, tanto faz, eu não enxergava...

Frases bobas escritas a muitos meses, mas ainda estavam afiadas o bastante pra cortar meu coração, ou não estavam, eu posso ter apenas feito questão de bater nelas até me furar.

Chorei com meus mil motivos, depois chorei da mesma maneira ao ver cada um deles indo embora. No final me senti na obrigação de chorar só pelo fato de não ter mais motivo algum pra isso.

Falei com ela, e ela me abraçou com aquele mundo de carinho, como sempre. Todas aquelas palavras me confortavam tanto, que o ar me faltou, mais uma vez. Me contou porque, como, quando, pra quem, onde... Me explicou onde começa e onde termina o universo, me disse se Deus existe ou não... E eu me senti completamente idiota, o tapete que estava com os meus mil motivos foi puxado, e eu caí de cara no chão. O chão não era gelado, era quentinho, aconchegante, era lindo e tinha escrito “Eu te amo”.

Eu sou um perfeito idiota...

Quando a gente se dá conta do quanto é idiota, pelo menos pra mim, não há muito que fazer, você pede desculpas pela sua existência e espera a poeira baixar, pra quem sabe da próxima vez você dar uma de esperto e não cair no mesmo buraco.

Mas aí foi a vez dela se sentir mal. Parou o que estava fazendo pra se sentir culpada, culpada como quem não escuta o telefone tocando porque estava cantando no banho. Culpada sem motivo algum, culpada por ter sido feliz, culpada por ter acordado hoje ou naquele dia, culpada por estar cantando alto demais. Se sentiu culpada sem nem saber se era culpada.

Eu chorei, como de costume, mas fiquei aliviado, agora eu só tinha que dar colo, não precisava mais receber, afinal, já estava com a cara no chão gostoso. Então me levantei e tratei de colocá-la rapidamente no colo, mas ela não aceitou com tanta facilidade, chegou a levantar algumas vezes. Enquanto os dois choravam, meus pensamentos se perdiam entre uma coisa e outra, mais ou menos entre ela me explicando o início do universo e um pensamento bem vago sobre como será a formatura do nosso filho. No meio dessa loucura, um estalo, uma luz fortíssima e uma sensação maravilhosa. Era a felicidade. Muito estranho, pra não dizer muito louco, eu me sentir feliz no meio de uma guerra, mas eu fiquei... Fiquei porque, mais uma vez, me dei conta do quanto ela me ama. Olhei de novo pro chão, onde estava escrito “Eu te amo”, e sorri. Sorri porque entendi. Eu já não sou tão idiota...

Só precisei dar mais carinho, dar mais colo, repetir tantas e tantas vezes o quanto isso tudo me completa e me faz tão vivo. Repetir pra mim mesmo, na vontade de fazer com que minha idiotice entenda... Quem sabe eu me torne uma pessoa menos idiota um dia, sem precisar cair em tantos buracos.

Ela teve que ir embora. Eu fiquei gritando que a amo, e que vou continuar amando para sempre, que sem ela eu não teria o gosto da vida, que sem ela pra me acordar, eu nem dormiria... Gritei até sentir que ela sorriu. Incrivelmente cada sorriso dela me faz acreditar que algum Deus existe, sem maiores explicações, simplesmente ele tem o dever de existir. Me deu vontade de chorar, mas eu segurei, não quis chorar da mesma maneira que chorei quando estava triste, quis fazer diferente. Quis me sentir menos idiota, peguei um papel, uma caneta, sentei, e fui escrever...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Her

Alguém cantou:

I'll do anything for you.
This story is for you.
('Cause I'd do anything you want me to... for you.)
I'll do anything for you,
Kill anyone for you.

Lembra disso?
Algum dia eu já te disse que isso é a mais pura verdade pra mim?
Se eu teria coragem de matar por você? Sim, teria, mais de uma vez. Mataria quantos a minha carne fraca e sedentária agüentasse (eu espero que muitos).
É impossível eu não falar que a história é totalmente para você, por você. Não existe um momento do dia que você não é lembrada por mim, nenhum, por mais absurdo que possa parecer. Eu falo de boca cheia que se hoje eu faço algo, seja lá o que for, eu faço por você. Se acordo, se me alimento, se tomo banho ou compro roupas, olho para criancinhas na rua, leio dicas sobre massagem, aprendo a cozinhar, corto o cabelo, tiro fotos e escrevo textos melosos... É tudo por você.
Tem tanta coisa para ser dita, mas eu não sei se ia conseguir parar de chorar. Até alguns esquemas já foram montados, vamos aqui e ali, depois pra lá e pra cá. Mas e se eu não parar de chorar? E se na sua frente eu ficar chorando sem parar, até ficar sem ar? Vai me achar bobão, né? Que me ache bobo, mas, por favor, me abraça quando eu chorar. Eu sei que você é forte, sei não vai chorar, afirmo isso com a mesma certeza que tenho de que você é mais alta que eu... Quer um abraço também?
Eu passei a acreditar em filmes, principalmente naqueles em que existe uma família perfeita, que mora em um lugar perfeito, com as crianças correndo pela casa enquanto os pais se agarram na cozinha. Quando o filme começa a ficar feio, eu vou procurar outra família perfeita em outro canal.
Percebi agora quantas perguntas eu faço em poucas linhas. Impossível não fazer, passo o dia assim! Faço milhões de perguntas ao vento, e enquanto ele não trás as respostas eu continuo vomitando mais e mais perguntas. Como, onde, quando, pra onde, por quanto tempo... Em todo e qualquer lugar, para sempre, para onde for, com você...
Parece longe, mas é tão perto, eu sinto tão perto, difícil até de explicar, fico sem saber o que escrever. Em certas horas de delírio, eu até olho pros lados, e nunca é em vão, você sempre está ali.
Eu te amo, e gosto disso, não tenho do que reclamar. Poderia até ser uma coisa platônica, eu gostaria de qualquer forma. Eu seria capaz de te amar até não suportar mais o peso disso, escrever uma carta de despedida, e cortar os pulsos depois. Queria ver escrito nos jornais “Homem morreu de tanto amar”, acho que não soaria trágico, é até poético! Já consigo enxergar a multidão seguindo meu exemplo...
Dá uma dor no coração tão gostosa, não acha? Eu adoro, só pra fazer dengo, claro. E você adora, me põe no colo e faz carinho até a dor passar, mas eu nunca digo que ela passa... E você continua adorando...

I earned through hope and faith
The curves around your face
That I'm the one you'll hold forever.